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sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cluster de turismo médico de Porto Alegre ganhará uma associação

A capital gaúcha entra oficialmente no roteiro do turismo médico internacional com a assinatura do estatuto de criação da Porto Alegre Health Care Cluster, entidade jurídica para profissionalizar a gestão do turismo de saúde, encarregada de conquistar um mercado equivalente a milhões de pessoas que buscam por tratamento e cirurgia eletiva fora de seus países.

O Conselho Deliberativo da entidade oficializada recentemente é formada pela Federasul, SMTur (Secretaria Municipal de Turismo) com os hospitais Moinhos de Vento, Santa Casa, São Lucas da PUCRS e Mãe de Deus, e presidida pelo coordenador da Divisão de Serviços da Federasul, Carlos Biedermann, que também é vice-presidente da entidade.

“A entidade irá colocar Porto Alegre no centro do mapa do turismo médico mundial, para tratamento de serviço de excelência em saúde”, avaliou o presidente do Conselho Deliberativo. A Porto Alegre Health Care Cluster, lançada em junho passado, vai formalizar sua rede e “brigar” por este mercado disputado também pelas seguradoras que encaminham seus segurados para tratamento médico em outros países.

O Cluster inicia com quatro hospitais considerados de atendimento globalizado, com certificação, e que cumprem os critérios internacionais de procedimentos. “Num segundo momento, teremos outros hospitais de excelência no roteiro, assim como instituições da área”, informou Biedermann, explicando que eles ingressarão na entidade a partir do cumprimento de normas e padrões e aprovação.
O novo Cluster será dirigido por um CEO, contratado para coordenar o planejamento estratégico. De acordo com o secretário Municipal de Turismo, Luiz Fernando Moraes, Porto Alegre já é destaque no turismo de eventos e negócios. “A cidade decidiu que apostaria nessa direção e deu certo”, comemorou, dizendo que o município cresce de maneira fantástica, com diferenciais para competir com outros países.

Em relação ao Cluster de turismo médico, o secretário observou que esse é um mercado fantástico, que envolve bilhões de dólares no mundo e no qual o Brasil apenas “engatinha”. “Contamos com os maiores hospitais, que são referência em qualidade, e precisamos investir recursos, energia e gente para fazer acontecer de verdade”, argumentou em relação à consolidação do projeto.

Por sua vez, o diretor-geral e administrativo do Hospital da PUC, Leomar Bammann, recordou que o Brasil não investe nem um 1% do que o mundo investe em pesquisa. “Atualmente, são investidos cerca de US$ 40 bilhões de pesquisa no mundo, enquanto que no País, não chega a US$ 300 milhões”, exemplificou, ressaltando que Porto Alegre possui áreas de conhecimento importantes.

Já o superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Nilton Brandão da Silva, disse que Porto Alegre é hoje o quarto destino de viagens internacionais no Brasil e a cidade está qualificada para receber a demanda da área de turismo médico. Mencionou ainda que a cada US$ 1 investido numa viagem para tratamento de saúde, outros US$ 7 são gastos em outros serviços.

O diretor geral e administrativo da Santa Casa, Carlos Alberto Fuhrmeister, destacou que oficialização do Cluster de turismo médico demonstra pioneirismo, ousadia e inovação e que a iniciativa ainda representa a oportunidade de um novo negócio. “Será um benefício para a cidade e para os hospitais, que estão preparados para atender a demanda que virá”, destacou.

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